MUNDO PRODUZ QUANTIDADE
RECORDE DE LIXO
ELETRÔNICO
Em 2016,
foram geradas 45 milhões de toneladas de resíduo eletrônico. Matérias-primas no
valor de 55 bilhões de euros foram descartadas.
A quantidade de lixo
eletrônico gerada em 2016 alcançou o recorde de 45 milhões de toneladas,
revelou um estudo da ONU divulgado na quarta-feira 13. Com o descarte de
televisões, celulares e outros produtos, são desperdiçados metais, como ouro e
cobre.
O volume
de lixo eletrônico descartado aumentou 8% em relação a 2014, quando foi de 41
milhões de toneladas. Segundo o estudo, elaborado pela Universidade da ONU em
parceria com a União Internacional de Telecomunicações da ONU e Associação
Internacional de Resíduos Sólidos, o peso do lixo eletrônico gerado no ano
passado é equivalente a cerca de 4,5 mil Torres Eiffel.
Salários
mais altos e preços de eletrônicos em queda, desde painéis solares até
geladeiras, são os principais fatores que impulsionaram o aumento da quantidade
de eletrônicos jogados fora. O consumismo e o valor de consertos, que muitas
vezes custam mais que comprar um aparelho novo, também contribuíram para esse
crescimento.
O estudo
mostrou ainda que apenas 20% do lixo eletrônico gerado no ano passado (8,9
milhões de toneladas) foram reciclados em 2016. A grande maioria destes
resíduos – que incluem tudo que possui bateria ou precisa ser ligado na tomada
– acaba em aterros sanitários, mesmo que a reciclagem faça sentido
economicamente. O valor das matérias-primas, entre elas, ouro, cobre, platina e
paládio, contidas neste lixo em 2016 é estimado em 55 bilhões de euros.
"Ainda
é chocante que apenas 20% destes resíduos sejam coletados e reciclados”,
afirmou o diretor do Programa de Ciclos Sustentáveis da Universidade da ONU,
Ruediger Kuehr.
O estudo
prevê que, em 2021, o volume de lixo eletrônico gerado alcançará 52,2 milhões
de toneladas. A China foi o país que mais produziu esse tipo de resíduo em
2016, 7,2 milhões de toneladas, seguida pelos EUA (6,3 milhões de toneladas).
Já o Brasil produziu 1,5 milhão de toneladas, sendo o país da América Latina
que mais gera esse tipo de lixo.
A
Austrália e a Nova Zelândia são os países que mais geraram lixo eletrônico por
habitante, cerca de 17,3 quilos. Mas apenas 6% desse volume foi reciclado. A
Europa possui a maior taxa de coleta desse material, 35%.
A ONU fez
um alerta sobre a situação e pediu que seja ampliada a reciclagem de lixo
eletrônico, que representa uma séria ameaça ao meio ambiente e à saúde.
Para
diminuir o desperdício, Kuehr sugeriu ainda a criação de um sistema no qual
consumidores não adquiram mais produtos, mas apenas os serviços que eles
oferecem. Dessa maneira, as empresas continuariam sendo donas dos produtos e
forneceriam os reparos necessários. Para o diretor da ONU, esse modelo
incentivaria a reciclagem e o descarte correto desses resíduos.
Estudo da ONU
publicado 22/12/2017 00h16, última modificação 21/12/2017
Fonte: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/mundo-produz-quantidade-recorde-de-lixo-eletronico
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