RELATÓRIO REVELA PRESENÇA DE 381 NOVAS
ESPÉCIES NA AMAZÔNIA
A maior
floresta tropical do planeta, a Amazônia, abriga uma enorme diversidade de
fauna e flora. A dimensão é tão grande que nem todos animais e plantas são
conhecidos.
Por isso, O WWF-Brasil em
parceria com o Instituto Mamirauá, exploraram a região e encontraram 381
espécies antes desconhecidas. Os resultados foram divulgados no relatório
“Atualização e Composição da lista Novas espécies de Vertebrados e Plantas na
Amazônia (2014-2015)”.
De acordo com as
instituições, o número representa a descoberta de uma nova espécie a cada dois
dias. Dentre elas 216 são plantas, 93 peixes, 32 anfíbios, 19 répteis, uma
ave, 18 mamíferos e dois mamíferos fósseis. Abaixo, conheça alguns desses
animais:
Encontrada em Rondônia, a
arraia de água doce possui pigmentação acastanhada, com manchas que lembram
favos de mel. De acordo com pesquisadores, os maiores indivíduos da espécie
medem aproximadamente 65 centímetros.
Bagre miniatura — Gelanoglanis pan
GELANOGLANIS PAN, BAGRE MINIATURA
(FOTO: BÁRBARA BORGES CALEGARI/ DIVULGAÇÃO)
Com cerca de 2,5 centímetros, o
peixe possui características incomuns dentro do gênero Gelanoglanis além
do tamanho: ele possui a ossificação da cabeça reduzida e dentição na
pré-maxila.
O animal foi o primeiro
registrado na porção sul da Amazônia e em rio de águas claras. O nome pan vem
do deus grego da fertilidade e sexualidade masculina, e faz referência ao
gonopódio — nadadeira anal — modificada dos machos da espécie aquática.
Acari-de-bola-branca—Spectracanthicus zuanoni SPECTRACANTHICUS ZUANONI, O
ACARI-DE-BOLA-BRANCA (FOTO: JOSÉ LUIS BIRINDELLI/ DIVULGAÇÃO)
O peixe ornamental se alimenta de
algas e é encontrado em locais de de fortes correntes sujeitas à formação de
remansos. Segundo pesquisadores, a construção da hidrelétrica de Belo Monte
pode trazer riscos à espécie, tornando-a ameaçada de extinção. O nome zuanoni é
uma homenagem à Jansen Zuanon, ictiólogo que contribuiu com a ictiofauna
(conjunto de peixes) neotropical.
Poiaeiro-de-Chico-Mendes — Zimmerius
chicomendesi
ZIMMERIUS CHICOMENDESI, O
POIAEIRO-DE-CHICO-MENDES (FOTO: FABIO SCHUNCK/ DIVULGAÇÃO)
A ave recebeu a nomeação em
homenagem à Chico Mendes, famoso ambientalista brasileiro. O pássaro habita,
principalmente, a Floresta Nacional de Humaitá, no Amazonas, por gostar de
regiões arenosas, pouco drenadas, com áreas de campina, e gramíneas. O poiaeiro
se alimenta de insetos e frutas.
Rapazinho-estriado-do-oeste — Nystalus obamai
NYSTALUS OBAMA, O
RAPAZINHO-ESTRIADO-DO-OESTE (FOTO: FABIO SCHUNCK/ DIVULGAÇÃO)
A ave de bico pontudo e forte
habita florestas de terras firmas e secundárias maduras, com árvores de mais de
15 metros de altura. O pássaro pode voar de três a oito metros para capturar
presas, que podem ser ortópteros, lagartas e artrópodes. O nome científico do
animal é inspirado em Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos.
Boto — Inia araguaiaensis
INIA
ARAGUAIAENSIS, BOTO (FOTO: GABRIEL MELO-SANTOS/ DIVULGAÇÃO)
A nova espécie de golfinhos de
rio é encontrada principalmente nas bacias dos rios Araguaia e Tocantins. O
animal possui uma distribuição genética baixa e restrita, com números estimados
em mil indivíduos. Além disso, os pesquisadores estão preocupados com as
ameaças exteriores como a construção de hidrelétricas, atividades industriais e
agropecuárias, que podem extinguir a espécie.
Zogue-zogue-rabo-de-fogo — Plecturocebus miltoni
PLECTUROCEBUS MILTONI, O
ZOGUE-ZOGUE-RABO-DE-FOGO
(FOTO: ADRIANO GAMBARINI/ WWF/ DIVULGAÇÃO)
O primata recebeu o nome
científico em homenagem ao cientista Milton Thiago de Mello, que trabalhou pelo
desenvolvimento da primatologia. Já o termo popular 'rabo-de-fogo' é graças à
calda vermelha do animal. O zogue-zogue é difícil de ser observado, sendo que
ele geralmente aparece pelas manhãs. Segundo pesquisadores, o desmatamento é a
principal ameaça de extinção do primata. Ele pode ser encontrado em Mato
Grosso, Amazonas e Rondônia.
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2017/09/relatorio-revela-presenca-de-381-novas-especies-na-amazonia.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário